J.B.ROMANI

Eu colho as pedras do caminho como se fossem uvas e bebo a poeira como se fosse vinho.

Textos

 A  BALA  PERDIDA





 





Pulo muros,  salto abismos, fujo em vielas,
escondo-me em escombros, em esgotos,
debaixo de pontes me abrigo,
é grande o risco, iminente o perigo.


 
Disfarço o rosto, a voz, minha roupa,
todo cuidado é pouco, o inimigo é mortal,
evito caronas, mudo o rumo, olhar  esperto,
todos são suspeitos, o ataque é certo,


 
Viro a esquina rapidamente, evito gente,
a sombra da noite me protege,
na escuridão me sinto invisível, 
o inimigo é astuto e imprevisível.


 
Olhar esperto, eu sigo os movimentos,
jovem, velho, tudo é ameaça presente,
sempre alerta em algo que não se encaixe...
 
Para que a bala perdida não me ache.







imagem Camillo Filho

 

J B ROMANI
Enviado por J B ROMANI em 10/01/2013
Alterado em 14/08/2014


Comentários
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Leila Rodrigues
uma crítica social perfeita adorei. muito bom te ler meu amigo.abraços e obrigado pelo carinho.
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Biritinguense
Sua poesia é uma realidade do nossa convivencia, bela arte.
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Ana Flor do Lácio
Antigamente vivíamos com as portas abertas, sem medo, agora não ousamos dobrar esquinas sem antes espiar... Parabéns, prezado Romani, pela sua sempre maravilhosa sensibilidade colocada em versos! Feliz 2013! Um abraço.
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PIERRUT
Critica social e poesia abundantes em seu texto poeta! gostei muito! Se parece com uma letra de musica que tenho chamada "O tiro". Parabéns e aplausos!

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